Câncer de Pulmão

Nem todo câncer de pulmão é igual. Vários casos estão relacionados a alterações genéticas que provocam a doença ou uma maior predisposição para desenvolvê-la.¹-³ Assim como cada paciente é diferente, as mutações não são todas iguais - e cada tratamento também não deve ser.

Essas alterações podem, por exemplo, estimular um mecanismo que aumenta a proliferação de células malignas - o que favorece a disseminação do tumor. O que vale tanto para fumantes quanto não fumantes - e é mais comum neste segundo grupo.¹

Em todo o mundo, o câncer de pulmão é a principal causa de morte relacionada ao câncer. No entanto, ao aprofundar a investigação, é possível identificar as mutações e subtipos da doença, oferecendo tratamentos individualizados e com maiores chances de sucesso.

Por que é importante falar sobre o câncer de pulmão?

Porque o diagnóstico é apenas o início da conversa quando se fala nesse tipo de câncer. E até pouco tempo atrás, aproximadamente 6 em cada 10 brasileiros se consideravam desinformados a respeito da doença. Como a análise molecular mostra que os tumores se comportam de modo muito distinto de paciente para paciente, é fundamental entender o passo a passo dessa jornada, a individualização de cada caso e a personalização do tratamento. Então bora falar!

Sintomas³

Embora nem todo câncer seja igual, os sintomas são comuns7 - independente das mutações e hábitos.

• Tosse persistente
• Falta de ar
• Dor no peito
• Cansaço
• Rouquidão
• Perda de peso ou apetite
• Pneumonia recorrente ou bronquite

Vale ressaltar que no caso do câncer de pulmão ligado ao cigarro - com ou sem mutação -, o ritmo habitual da tosse é alterado e as crises surgem em horários incomuns.

Fatores de risco²

Além do histórico familiar⁵ e da poluição,⁶ o principal fator de risco é o tabagismo⁷ - inclusive o caso de fumantes passivos.⁵ Pesquisas indicam que o cigarro, por si só, pode levar a 150 mutações por ano em cada pulmão. Essas mutações podem ser o ponto de partida para o câncer.⁸
No entanto, o problema não se restringe às mutações causadas pelo cigarro. O tabagismo parece acelerar a mutação nas células potencialmente cancerígenas.⁸

Diagnóstico e especialista

Biomarcadores
Os chamados biomarcadores são proteínas, genes ou outras moléculas que provocam modificações nas células e, com isso, permitem avaliar a presença de uma doença e sua gravidade.⁹

A partir disso, se houver a mutação, é possível encontrar qual o melhor tratamento para a respectiva alteração genética e, com isso, personalizar o tratamento.⁹

Mutações
EGFR⁹
Pesquisas indicam que mutações como a de EGFR, aumentam as chances de desenvolver câncer, uma vez que essa alteração estimula um mecanismo que aumenta a proliferação de células malignas.

ALK
Enquanto isso, pacientes com alterações como a do gene ALK+, caso de um rearranjo genético, são, em sua maioria, jovens e não fumantes,10 mostrando que a doença pode afetar qualquer pessoa.

Outras alterações comumente encontradas no câncer de pulmão são as chamadas KRAS,ROS1, BRAF e NTRK. Para cada tipo de mutação, é indicado um tratamento diferente.¹¹

Observando este cenário de particularidades e tantas possibilidades, é possível entender um pouco do impacto que as mutações e alterações genéticas representam para o desenvolvimento de diferentes tipos de cânceres, especialmente o de pulmão. Isso impacta, também, diretamente na escolha do tratamento mais adequado, uma vez que as mutações podem ser usadas como marcadores para terapias focadas^11,12.

Para investigar e diagnosticar tanto o câncer de pulmão quanto a avaliação de uma possível mutação, procure um oncologista e a equipe multidisciplinar indicada por ele.

Tratamentos

Inicialmente, os tratamentos indicados quando há o diagnóstico precoce do câncer de pulmão são a cirurgia e a radioterapia. Em outros casos, além de terapias mais focadas, também pode ser necessário associar tratamentos, combinando quimio, radio e imunoterapia (em casos localmente avançados, por exemplo).⁶

A análise molecular do câncer, do subtipo e eventual alteração indica um tratamento personalizado. Tratamentos orais e endovenosos, com imunoterapia, por exemplo, podem ser utilizados.⁶

Entre as opções terapêuticas, além da cirurgia, da radio, da quimio e da imunoterapia, existem também tratamentos com terapia-alvo.⁷

Imunoterapia x terapia-alvo
A diferença entre a imunoterapia e a terapia-alvo é que, enquanto a imunoterapia ajuda o sistema imunológico do próprio paciente a identificar e combater o câncer, a terapia-alvo é baseada no ataque direto às células tumorais,¹³ provocando poucos danos às células saudáveis.¹¹

Todas essas alternativas terapêuticas melhoram a sobrevida e a qualidade de vida. É importante destacar ainda que 1 em cada 4 pacientes com câncer de pulmão apresentam mutação¹⁴ e, entre todos os tipos de tumores, esse talvez seja o que mais vem se beneficiando dos tratamentos individualizados.⁶